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MIS Campinas recebe exposição sobre a greve de 1917

25/08/2017 Museu da Imagem e do Som de Campinas recebe a mostra “Arquivo 17”, sobre a primeira grande greve no período republicano do Brasil, que completa 100 anos. A exposição da artista Fernanda Grigolin ficará exposta a partir desta quinta-feira (24), com evento de abertura às 18h, e poderá ser visitado até 9 de setembro. A mostra contempla 17 trabalhos e prevê a fomentação de debate com especialistas, além de três visitas guiadas para estudantes e moradores de cidades vizinhas. A entrada é gratuita.

Ao longo de 20 anos, a artista Fernanda Grigolin tem colecionado histórias sobre a Greve de 1917. A partir de uma série de trabalhos e uma exposição, o universo das pessoas trabalhadoras no Brasil no início do século 20 será apresentado ao público.

A abertura será acompanhada de um bate-papo com a artista juntamente com o fotógrafo paraense Mariano Klautau e a curadora e pesquisadora Regina Melim, sob mediação da curadora da exposição, Paola Fabres.

Os visitantes poderão apreciar fotografias, mapas e vídeos e um livro de artista feito de clichês fotográficos e tipografia. O acesso às fontes primárias pertencentes à coleção Edgard Leuenroth do Arquivo Edgard Leuenroth (AEL – IFCH/UNICAMP) permitiu que Grigolin estudasse técnicas e métodos de impressão de cem anos atrás, compreendendo como eram construídos e realizados os materiais impressos pelos anarquistas.

De acordo com a curadora Paola Fabres, o livro de artista é um exercício de liberdade. “Emancipadas, as imagens ocupam livremente o espaço da folha. Se deslocam e se alastram, invadem fronteiras e ativam as bordas, juntas ou separadas, aceitando suas próprias existências a partir da conjuntura coletiva e individual. A liberdade é quem rege essa dinâmica e é quem ativa no impresso um conceito constituinte de autonomia e autenticidade.” A obra será exibida em uma mesa construída especialmente para ele.

Na parede haverá também uma biblioteca de 14 edições fac-símiles de livros anarquistas, escritos entre 1900 e 1950. A biblioteca também é uma apropriação da Coleção Edgard Leuenroth (AEL – IFCH/UNICAMP) e foram escolhidos livros de ativistas e teóricos anarquistas do século passado, em especial as mulheres, como Emma Goldman e Maria Lacerda de Moura.

Foi também no acervo da Universidade Estadual de Campinas que Fernanda teve acesso ao jornal A Plebe: um periódico criado para difundir os ideais anarquistas e um dos veículos de ação direta da própria Greve de 1917. Uma das edições de A Plebe, inclusive, a artista reproduziu, e vem juntamente com o Jornal de Borda, periódico de arte contemporânea que Fernanda idealiza e edita em tiragem de 5 mil exemplares.

Fernanda Grigolin é artista visual, editora e pesquisadora doutoranda em Artes Visuais na Unicamp. Por 10 anos, foi ativista de movimentos sociais no Brasil e na América Latina. Possui especialização em Direitos Humanos (USP) e é mestra em artes visuais na Unicamp. Já participou de festivais e exposições no Brasil e no exterior. Recebeu os seguintes prêmios: Funarte Marc Ferrez de Fotografia (2012), Proac Livro de Artista (2014), Proac Publicações (2015) e Proac Artes Visuais (2016). Realiza os projetos Tenda de Livros e Jornal de Borda. Atualmente vive e trabalha em Campinas.

Serviço:
Exposição “Arquivo 17”, de Fernanda Grigolin
Local: Museu da Imagem e do Som (MIS). Rua Regente Feijó, 859, Palácio dos Azulejos, Centro – Campinas
Data: entre 24 de agosto e 9 de setembro
Horário: abertura - 24/8, às 18h. Visitação até 09/09 - de terça a sábado, das 18h às 22h 
Entrada: gratuita 
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